Filho de peixe, peixinho é. Romário nunca escondeu de ninguém que o amor pelo America é uma “marca de nascença”, fruto de sua ligação intrínseca com seu pai, seu Edevair de Souza Faria, que morreu, em 2008, aos 76 anos. Na vitória por 2 a 0 sobre o Petrópolis, a primeira do clube sob sua gestão, neste sábado (19), no estádio Giulite Coutinho, pela Série A2 do Carioca, o agora presidente fez questão de homenagear o homem que segurou sua mão perante às adversidades da vida.
“Meu objetivo como presidente é resgatar uma história de quase 120 anos. O America é um dos grandes times da história do futebol brasileiro. É o primeiro America do Brasil. Estamos chegando agora, são quase cinco meses, estamos reestruturando o clube. Meu pai está lá em cima muito feliz. Independentemente de qualquer coisa, do Romário, do seu Edevair, o que estamos fazendo aqui é pelo America. O America merece voltar a ser o que sempre foi”, disse o chefe, emocionado.
Romário e Romarinho
O baixinho nunca foi de falar por falar. Como na Copa do Mundo de 1994, quando assumiu a responsabiliade por eventual insucesso da seleção brasileira nos Estados Unidos, o que já se sabe que não aconteceu, ele arregaçou as mangas e ‘despendurou’ as chuteiras para inspirar seu grupo. Ao longo de seus 58 anos, foi inscrito para jogar na competição. Ele reconhece que a idade passou, sabe que sua condição física não é a mesma de 20 anos atrás, mas se coloca à disposição para ajudar caso necessário.
Também é ali, no banco de reservas, onde pouco esteve nos 20 anos de profissional, que ele mantém vivo o sonho de jogar ao lado do primogênito, o Romarinho, que acertou com o Mecão para a disputa do tão sonhado acesso. Contra o Petrópolis, ambos ficaram no banco de reservas. Romarinho ainda entrou no fim.
“Não é comum, nem um pouco (ficar no banco de reservas). Eu, como presidente do America, estou muito feliz pela vitória. Como jogador não muito, mas vou relevar isso. Brincadeiras à parte, quero realizar um sonho que é jogar ao lado do meu filho. Infelizmente, de verdade, não foi dessa vez. O treinador mostrou a competência dele com as mexidas que fez no time. Mas tenho ciência, tranquilidade e, principalmente, muita certeza e fé de que isso vai acontecer”, ilustrou.
Com o mesmo humor ácido que marcou e marca sua trajetória como futebolista e político, Romário reforçou que, ao menos “desta vez”, o técnico Marcus Alexandre “não vai ser mandado embora”.
“O mais importante é que, desta vez, não mandarei o treinador embora. Estava tudo combinado, estava tudo certo. Claro que, por mais que seja um minutinho, teria sido legal ter jogado, pela expectativa que foi criada, mas a gente tem que entender principalmente que a gente está fazendo um trabalho muito sério aqui no America. A gente prioriza o que é o mais importante, a parte técnica. E isso que prevaleceu hoje. Saímos daqui com três pontos, uma estreia bem interessante”, pontuou.
Expectativa pelo retorno
Para quem ainda sonha em revê-lo desfilando pelos gramados do Rio, nem que seja por alguns minutos, o Baixinho concluiu: “Eu não vou te afirmar que eu vou em todos os jogos. Mas eu posso te dizer que todos os jogos em casa, enquanto eu me sentir bem e não tiver nenhum tipo de lesão, você pode ter certeza que eu estarei aqui no banco”.
Romário viveu intensamente o jogo, mesmo nos momentos em que estava no banco de reservas. Por algumas vezes, se levantou para reclamar com o juiz, foi à beira do campo para orientar os jogadores, acariciou a torcida e comemorou os gols com os torcedores.
Gritos como “ô lele ô lala Romário vem aí e o bicho vai pegar” foram resgatados dos anos 1990. E cantos “ô ô ô coloca o senador” atualizaram os ritmos que embalam o futebol do Baixinho.
A Série A2 do Carioca é disputada por 12 times, que se enfrentam em turno único. Os quatro primeiros avançam às semifinais, com os vencedores decidindo o título da competição e a vaga na elite do futebol carioca em 2025.
Estão com o America nesta nova caminhada marcas conceituadas como Athleta, Euro17 crédito, Fecomércio RJ, Inove Mais Benefícios e Superbet. Todas de mãos dadas com o objetivo de ver o America voltar ao topo.